segunda-feira, 4 de abril de 2016

Corações bem servidos

por Paula Di Leone
Uma mesa de bar, um jogo de futebol, um passeio no parque, um show daquela banda que ouvíamos juntos. No senso comum, esses são ótimos elementos para aproximar pessoas, e eu concordo. São sempre boas opções para rever gente que se gosta, fazer e ser companhia a quem se quer por perto. Porém, nessa passagem pela Terra, meu maior e melhor pivô de reuniões afetuosas já foi eleito e empossado: a comida.
Podem dizer que é por conta do meu sangue italiano, mas acredito que o rodear de uma mesa farta por muitas pessoas queridas é um cerimonial básico e essencialíssimo entre quase todas as culturas. Afinal, não consigo pensar em nada mais prazeroso nesse mundo. E isso vai muito além do puro prazer de comer: aquele prato delicioso e preparado com todo o carinho serve de ímã estratégico para juntar desde familiares a amigos do peito. Em primeira instância, todos ali pensam que a comida é a grande protagonista da festa. Mas o que mal sabem é que esse é um mero disfarce, e que ela está ali — ou esteve, se a fome for grande — para que os verdadeiros protagonistas matem as saudades.
Num mesmo fim de semana, preparei hambúrgueres vegetarianos com o namorado e saí para um japonês com a amiga de infância. Esse ímã alimentício é infalível, e mais uma vez me alimentou de sentimentos bons. O deleite reside na simplicidade disfarçada do ato. Em passar horas na função da preparação e/ou da degustação de algo escolhido a dedo para o jantar, enquanto todos os problemas do mundo são debatidos e logo resolvidos no cruzar de talheres.
Cozinha serve para demonstrar afeto. Por tabela, serve para receber afeto de volta, quando a comida é saboreada e elogiada. Cozinha serve para unir, para divertir. Cozinhar com quem se ama é superar desafios em conjunto e apreciar o gosto da vitória. Sair para comer com quem se gosta é aquele amor reunido nos dias de fome preguiçosa. Nessa minha passagem pela Terra, realizei: doce ou salgada, a comida alimenta também o coração.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Você tem fome de quê?

por Paula Di Leone


                                       


   "Os seres humanos são culturais ou históricos”, afirma Marilena Chauí em seu livro Convite à Filosofia. É habito atribuir como naturais situações que são, na verdade, fruto de uma construção histórico-cultural. Por isso, é possível dizer que os hábitos alimentares da espécie humana, ainda que possuam forte carga natural e biológica, são definidos culturalmente. 
   O apreço das gaúchas e dos gaúchos pelo consumo de carne se explica na sua história, já que cultura se constrói ao longo de séculos. Não é à toa que o Rio Grande do Sul costuma estar no topo de pesquisas relacionadas ao consumo de carne, afinal, isso se entranhou na cultura local. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 2008 e 2009 apontou, entre outros dados, que cada pessoa no Rio Grande do Sul consome anualmente 39 kg de carne bovina, 20,5 kg de aves e ovos e 1,5 kg de pescados. No estado de São Paulo esse índice é de 24,5 kg, 13 kg e 1,8 kg, respectivamente, e na Bahia corresponde a 25 kg, 16 kg e 3 kg. 
   De acordo com o historiador Marcelo Paiva, o consumo de carne pelos seres humanos remonta a períodos pré-históricos, quando a espécie, onívora, alternava a caça e o consumo de vegetais. No entanto, ele afirma que somado a isso há particularidades que cada sociedade desenvolveu a partir de seus respectivos contextos geográficos, os quais contribuíram na construção dos hábitos culturais alimentícios em função do que a natureza lhes oferecia.
   No caso do Rio Grande do Sul, o gado bovino foi introduzido na América pelos espanhóis, já que não existia na região. Posteriormente, com a destruição dos Sete Povos das Missões durante as Guerras Guaraníticas, esse gado acabou se tornando selvagem e se espalhou pelo território, levando os povos locais a se aproveitarem integralmente dessa oferta. Marcelo atenta para a identidade cultural platina que se estabeleceu no estado por meio da História, produzindo fortes semelhanças com Uruguai e Argentina e, entre elas, a questão do alimento. “Assim se cria uma ‘culinária gaúcha’ toda associada à carne. O churrasco, o carreteiro, a rabada, tudo sempre tendo a vaca como elemento principal.” Mas é a partir dos anos 1930 que se inicia a grande construção artificial da imagem de gaúcho. Por meio do surgimento do sentimento tradicionalista e do resgate da Revolução Farroupilha, os trajes e hábitos de consumo se tornam fortes símbolos dessa cultura, entre eles o churrasco, o chimarrão e assim por diante. “O hábito já existia, e ao mesmo tempo ele se reforça por uma questão de construção de identidade”, enfatiza Marcelo.



O vegetarianismo no estado

   Por causa da trajetória alimentícia gaúcha, a carne enraizou-se como protagonista das refeições. Mas, hoje, novas propostas de alimentação têm maior espaço de discussão. O vegetarianismo passou a ser fortemente defendido, tornando-se frequente pauta de debate na comunidade. O IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística) registrou em pesquisa realizada em 2012 que 8% da população brasileira afirmava ser adepta ao vegetarianismo. Os dados se referem a Fortaleza (CE), Curitiba (PR), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), São Paulo (SP), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS). A sólida cultura do churrasco ainda resiste: na capital gaúcha foi registrado o menor índice de adeptos, 6%. 
  Para a estudante de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Julia Roscoe, o momento em que decidiu ser vegetariana foi conturbado, pois seu pai reagiu muito negativamente. “Parecia que eu estava ofendendo a vida dele, porque ele não aceitava, ficava realmente ofendido. E eu não sei se é porque de alguma maneira isso toca em uma questão moral, em um ponto fraco das pessoas, que é o fato de elas não fazerem isso, e acaba deixando-as agressivas. Porque é uma decisão tua, que não influencia na vida de ninguém, e eu não entendia porque gerava tanta raiva”, acrescenta Julia. Já a psiquiatra e psicoterapeuta Lorilei Caramori conta que sentiu dificuldades em manter relações de amizade depois que aderiu a essa dieta. Ela comenta que muitas pessoas pararam de convidar a ela e ao seu marido para almoços, por não saberem que tipo de prato oferecer. “Logo que eu parei de comer carne, quando ia almoçar na casa de alguém, eu perguntava o que teria de almoço. Respondiam ‘frango assado’ ou ‘bife à milanesa’ e não falavam no restante da comida. Foi quando eu notei como as pessoas dão importância para a carne como prato principal” conta Lorilei. 
  O paradigma alimentar entranhado na cultura dificulta a vida de quem opta pelo vegetarianismo, simplesmente pelo fato de todas as pessoas estarem acostumadas a colocar a carne em primeiro plano. No entanto, Paulo Silva, bancário de 50 anos, exemplifica a viabilidade da convivência pacífica entre quem come e quem não come carne. Frequentador assíduo do Acampamento Farroupilha, é vegetariano há cerca de oito anos. “Foi muito difícil no começo, durante uns dois meses eu não podia nem olhar para carne de churrasco, se eu passasse por perto tinha que desviar porque a vontade era grande. Mas hoje, felizmente, eu não sinto mais isso.” Ele conta que seu posicionamento é convicto e que não se sente agredido por essa cultura, mas acredita que cada pessoa tem o seu momento de tomada de consciência.



A carne como alimento dispensável

   Questionado se acredita que temos fome do que a nossa cultura construiu, o historiador Marcelo Paiva defende que sim, porque a identidade cultural que se criou é “rígida, difícil de desconstruir e ao mesmo tempo muito conservadora, porque ela não abre a possibilidade de qualquer transformação”. No entanto, os contextos atuais já não são os mesmos e a reflexão sobre essa realidade tornou-se necessária. Um artigo publicado pelo geógrafo Marcos Hiath em 2012 esclarece, de acordo com dados cruzados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) e do Worldwatch Institute (WWI), que o impacto ambiental causado pela indústria pecuária é muito maior em relação ao da produção exclusivamente agrícola. Ele indica que, para a produção de 1 kg de carne bovina, são usados 7 kg de grãos para ração animal, além de 15 mil litros de água. Enquanto isso, para produzir 1 kg de cereal são necessários apenas 1.300 litros de água. Além disso, a FAO/ONU apontou em 2013 que 14,5% dos gases de efeito estufa são emitidos pelo setor pecuário, e em 2006 o mesmo órgão registrou que 70% das terras desmatadas na Amazônia são utilizadas como pasto, enquanto grande parte do restante é usada para plantação de ração.
   Além do sentimento de cuidado com o planeta, surgiu a compaixão pelos animais. “A gente vê o trato que as pessoas têm com os cães, com os gatos, são intocáveis. Levam ao veterinário, têm todo um cuidado, é quase um ser humano. E o que tem de diferente desses bichos para um boi?”, questiona Paulo Silva. A questão cultural abrange o desejo das pessoas vegetarianas de não participar da indústria do abate e não contribuir para a insustentabilidade que ela provoca, para eles motivos suficientes para eliminar de vez a carne do cardápio.

   O Instituto Nacional de Câncer (INCA) avalia que alguns tipos de alimentos, se consumidos em excesso e por muito tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para se desenvolver. Entre esses alimentos, estão as carnes vermelhas, o bacon e os embutidos. De acordo com a nutricionista Fernanda de Matos Feijó, especialista em nutrição clínica pela Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN), “o excesso de carne pode aumentar o risco e a prevalência de doença cardiovascular, hipertensão arterial e diversos tipos de câncer”. Ela também afirma que, quando bem planejadas e orientadas, as dietas vegetarianas promovem crescimento e desenvolvimento adequados para todas as fases da vida. 
  A nutricionista alerta que a proteína não é um fator de preocupação nas dietas vegetarianas, de maneira que a solução é a combinação de alimentos de grupos diferentes fornecendo todos os aminoácidos em quantidade satisfatória para o organismo. “Na dieta vegetariana estrita, a ingestão de lisina é garantida pelo consumo diário de quatro colheres de sopa de feijão cozido em grão ou quantidade equivalente dos demais alimentos do grupo dos feijões”, diz Fernanda. Isso mostra que a carne não é indispensável, de forma que é possível manter uma alimentação diferenciada e ainda assim equilibrada e saudável. Segundo Rodrigo Bragaglia, fotógrafo e fundador do primeiro restaurante de fast food vegano do país, o B Burger, as pessoas fazem o que lhes é ensinado desde criança, repetem hábitos sem questionar se o que está sendo feito é o ideal. Um costume muito rígido acaba dificultando o debate: por que se come tanta carne? Por que há tanta dificuldade em aceitar uma nova perspectiva e, quem sabe, passar a enxergar através dela? 
    Rodrigo defende que o campo de informações sobre o tema é vasto, e que “é necessário quebrar preconceitos sem bater de frente”. Marcelo Paiva concorda que a situação provocada por essa cultura sólida dificulta o diálogo com uma visão diferente, sendo um desafio criar um espaço para reinterpretações. “Paladar é individual, mas culturalmente tu tens uma imposição, um autoritarismo que não abre espaço pra nenhum tipo de adaptação”, finaliza. 

Ilustrações de Mariana Oliveira

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

coisas que aprendi em Montevideo

1- gaúchos tomam pouco chimarrão.
2- o espanhol castelhano pode ser fácil de se entender, mas também pode ser impossível.
3- hostels ajudam a vencer a timidez - e isso vale a pena.
4- uruguaias são campeãs de mau gosto para sapatos, na minha opinião - colocam plataforma em tudo!
5- uruguaixs se alimentar melhor e comer menos carne, sério.
6- uruguaixs também precisam aprender a fazer comidas vegetarianas com sabor.
7- pegar ônibus em uma cidade desconhecida é fácil se você tiver paciência, disposição e um sorriso fofo.
8- pessoas gentis e simpáticas movem o mundo.
9- viajar sozinho é uma delícia.
10- viajar de casal é uma delícia ainda maior.
11- a 803km de casa, ou o amor se destroça ou se fortifica pra nunca mais(tenho um palpite).

viajeros

Nessas férias, conheci uma cidade nova, um país novo. Não que já não tivesse feito isso antes mas, dessa vez, vários fatores tornaram o sabor mais especial. Após quase um ano planejando cada detalhe, guardando trocados e me preparando psicologicamente, fiz minha primeira viagem por conta própria e com meu próprio dinheiro (salvo alguns presentes de aniversário). Assim, conheci um lugar realmente adorável, daqueles que, mal se vai embora, já se anseia pelo retorno - queria até morar lá. 
Falando assim, até parece que fui sozinha, mas aí que entra o fator mais importante. O que tornou essa viagem ainda mais incrível foi, na verdade, a forma como tudo se deu, a companhia incrível que tive, a parceria e a sintonia que nos abraçou. Foi o que fez cada minuto valer a pena. Em quatro dias, atravessamos 12h de estrada, nos hospedamos em um albergue sensacional e desbravamos a capital do Uruguai disfarçados de locais. Para alguém descobrir nossa ~brasilidade, só se nos flagrasse falando entre si nesse gauchês ignorante de espanhol.
Sin embargo, mais do que passear, fazer compras e tirar fotos, nos testamos. Testamos nossa independência, financeira e psicológica. Testamos nosso relacionamento e capacidade de enfrentar juntos todo tipo de situação prática de vida na cidade. Acho que passamos no teste, afinal o próximo destino já está sendo escolhido. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

a luta continua, hoje e sempre

Eu tenho fé. Eu acredito na luta de gente que luta desde que se conhece por gente. Luta com competência, luta por igualdade, pela felicidade e pela vida de todos. Luta pelo fim de tanto conservadorismo, de tantos privilégios e de tantos privilegiados.
Eu me tornei uma lutadora também. Eu exerço minha cidadania, acredito no que acredito e ponto final. Acreditando, sigo em frente. Eu acredito que o Brasil vai seguir no caminho certo. Vai, sim. Pode ser pra já, pode ser pra depois. Mas a luta não pode parar.



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

+ nós - eu

desde quando o mundo virou esse poço de egoísmo? será que faz tempo e eu que demorei demais a perceber? bom, é que eu achei que depois de duas guerras mundiais, tantas outras regionais e tantos movimentos pela paz, estivéssemos no caminho certo. mas acho que alguém apertou o botão retrocesso.
assistindo a sucessivas demonstrações públicas de ódio e ao cada vez mais crescente culto à individualidade, eu me pergunto: o que aconteceu com o espírito coletivo e do bem comum, com a valorização do seres humanos, com a alegria de viver? alguém se lembra daquele papo de "defender a paz mundial e felicidade de todos"? alguém lembra do significado da palavra humano?

agora a moda é ser individualista, pensar única e exclusivamente em si mesmo e não dar a mínima pra quem está ao seu lado, ou a uma quadra, ou a quilômetros de você. tanto no campo material quando no intelectual, emocional e mental, parece que o hype é abster-se dos problemas do mundo, desde que os seus estejam resolvidos.
até quando?
se a era das frivolidades realmente chegou a um patamar de individualismo e carreirismo tão extremo, eu gostaria de me auto-declarar over, ultrapassada, fora de moda. 

e pra recuperar minha fé na humanidade, como faz?
onde estão aquelas pessoas com brilho no olhar e amor pelas coisas simples e verdadeiramente valorosas da vida? sabe, aquelas que nos fazem erguer a cabeça pra tudo isso e acreditar que ainda vale a pena batalhar pelo ideal de "amor ao próximo"? (nunca uma citação religiosa havia me servido tão bem)
ah, na verdade eu sei, felizmente ainda conheço algumas dessas criaturas lindas e cheias desse ideal. há esperança, sempre há. mas eu só queria que aquelas outras criaturinhas cheias de umbigo parassem de se multiplicar, e que as já existentes revisitassem seus corações, olhassem melhor pro que realmente importa, pra aquilo que a gente efetivamente leva da vida. podem ter certeza que os umbigos vão ficar por aqui.

por mais ~a gente e menos ~euzinho

infinitos

completos
se completam
todo dia, toda hora
topam tudo, quase tudo
juntos foram a tudo que é canto
juntos
se juntando 
todo dia, toda hora
restaurantes shows museus parques bares e teatros
ruas - todas nas quais possam caminhar de mãos dadas
e planejavam viajar
mas e se Porto Alegre se esgotar?
outra cidade
eles terão que desbravar.

infinitos
se infinitam
todo dia, 
toda hora

segunda-feira, 7 de abril de 2014

eu acredito na beleza dupla-face.

sem que um lado sobreponha o outro,
os dois vivem em equilíbrio

e vão encantando quem experimenta vê-los
seja com a retina do olho,
seja com a da alma

terça-feira, 5 de novembro de 2013

nossa senhora da bicicletinha, dai-me equilíbrio, por favor.

Jennifer Aniston

dica do dia: se apaixone

sugiro a todos que se apaixonem todos os dias. 
seja por um segundo, seja pela vida toda. 
se apaixone por uma flor ou por um florista. se apaixone pelo olhar de um jornalista. 
se apaixone.
seja pelo muro colorido da sua rua; seja por aquela noite, por aquela lua. 
seja por um piscar de olhos, desde que eles brilhem.
que seja, 
do jeito que lhe convir, 
nem que seja pela vida

para mim, se apaixonar é como bombear sangue - me deixa corada e me mantém viva.
e uma vida pálida eu não desejo a ninguém.
faça seu coração trabalhar, se apaixone.
perdidamente.

domingo, 6 de outubro de 2013

soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado 
Tantas retaliações, tanto perigo 
Eis que ressurge noutro o velho amigo 
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado 
Com olhos que contêm o olhar antigo 
Sempre comigo um pouco atribulado 
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano 
Sabendo se mover e comover 
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

                                   - Vinícius de Moraes 

amizade é o (re)encontro de almas semelhantes.

amor é uma amizade em brasas.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

dois

Te cuida, te faz rir. Te faz sentir como a pessoa mais sensacional do mundo, quando tu sabes que és um grão de areia. Te acaricia, te motiva e te deixa leve. Te beija a testa, te mira com olhos que mais parecem infinitos verdes mares, onde não se vê horizonte. Te faz bem demais.
Mas o que se passa?
É que quando a gente se acostuma com pessoas partindo, se alguém fica, bate aquele medo. Medo de abrir os olhos numa manhã chuvosa e realizar - de novo - uma ilusão.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

"Não sei porque, fui criando a esta criatura uma amizade constante. Gostava de ficar com ela, na sua companhia. E um preá-da-índia que me deram, eu lhe ofereci de presente. Também, era tão terna comigo."

                                                                                               - José Lins do Rego